segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Eficiência e Eficácia no mercado de trabalho.

O conceito de eficiência e eficácia, ao contrário do que se pensa, são complementares e surgem como uma solução dentro do ambiente corporativo.

Hoje em dia, mais do que nunca se faz necessário um controle mais apurado nas empresas dos custos e despesas. Atuar no mercado brasileiro não é uma tarefa fácil para nenhum administrador. E nas empresas hoje se destacam os melhores técnicos que conseguem gerir orçamentos.

Sim, com a economia dando sinais de enxugamento, a ideia hoje nas empresas é "fazer mais com menos". Daí o foco central hoje não ser mais o ser humano e sim as técnicas de como enxugar os custos para cumprir o orçado para o ano.

A palavra do momento então é SINERGIA. Sinergia é uma palavra grega que significa Cooperação. É quando o todo se torna maior do que a soma das partes. Porém hoje esse termo é utilizado para identificar duas ou mais pessoas fazendo a mesma função para atingir o mesmo objetivo. O resultado natural é a "redução de custos" nesse caso.

Porém o que podemos observar em várias empresas hoje é que devido às altas margens de lucro permitidas dentro do mercado brasileiro, as empresas hoje são muito ineficientes, que torna seus custos e despesas altíssimos. Enquanto elas puderem repassar isso a sua margem, esta tudo ok.

Porém com a queda na taxa básica de juros, a margem ficou prejudicada e as empresas tiveram que mexer nos seus custos. O ideal seria trabalhar com os conceitos de eficiência e eficácia, analisando seus processos e buscando melhorias. É comum hoje verificarmos empresas gastando fortunas em treinamento, com locais apropriados, hotéis, passagens de avião, traslado, alimentação... Os colaboradores vêm, fazem o curso, vão embora e pronto. Não há uma mínima verificação se utilidade ou utilização do conteúdo do treinamento após sua finalização.

Pessoas cursam Inglês ou Espanhol, executam funções operacionais onde esse conhecimento não pode ser aplicado. Pessoas são treinadas em Informática e não são incentivadas a práticas de melhoria em sua área. Estamos em um mercado ineficiente, onde cortar custos é fazer mais com menos. O resultado é altos índices de estresse, desrespeito as leis e conflitos internos.

Vamos conhecer o conceito de eficiência. Eficiência é a relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados. É a capacidade do administrador de conseguir melhorar um produto final em relação aos insumos necessários para obtê-los. Isso significa agregar valor ao produto. Lembrando o conceito de agregar valor como a capacidade de satisfazer o cliente.

Voltando a realidade das empresas. Hoje em dia, se analisarmos qualquer processo em qualquer empresa com o mínimo de conhecimento técnico, poderemos deixá-lo mais eficiente, reduzindo tempos e custos de maneira sustentável. Uma medida boa para início de trabalho é calcular a produtividade, ou seja, a relação entre o processo e o colaborador que executa esse processo. Podemos citar padronização de procedimentos, enfim, várias soluções metodológicas para melhorar a eficiência das empresas.

Isso tudo, porém deve ser planejado. Qualquer processo de melhoria e implantação de Gestão de Qualidade ou Gestão por Indicadores requer planejamento e tempo para expandir a filosofia de trabalho. Deve-se pensar em objetivos de curto, médio e longo prazo. Daí aplicamos o conceito de Eficácia. Eficácia é a relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos. 

Então ser eficaz é conseguir atingir um dado objetivo. Ser eficiente é conseguir um resultado melhor com os mesmos recursos. O ideal para empresa é conseguir planejar para ser eficaz e medir a sua eficiência, utilizando métodos para garantir resultados melhores e principalmente sustentáveis.

A dica: Busque ser eficiente, além de atingir a sua meta, busque a melhoria, o resultado profissional será mais compensador, pois você estará agregando valor ao processo. Seja comprometido com os resultados, invista em conhecimentos que realmente possibilitem o seu crescimento. Não faça nada por fazer.  E seja feliz!

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 30 de março de 2013

Ética Profissional

Sempre acreditei que o esporte é a melhor maneira de aprendermos como funciona a vida. Seus exemplos nos revelam os paradoxos das relações corporativas e faz com que nos espelhamos na maneira de pensar de nossos ídolos. Por essa razão essas celebridades deve ser cobradas a todo instante pelas atitudes que tomam e inspiram sua legião de seguidores.

Para exemplificar a afirmação proponho uma análise sobre o ocorrido no dia 24 de março de 2013 e vencido por Sebastian Vettel. Tivemos polêmicas de todos os tipos ao final do Grande Prêmio, com brigas envolvendo pilotos de uma mesma equipe.

Sem entrar no mérito de quem tem ou não razão, procurarei somente me ater aos acontecimentos que devem ser levados em conta nas relações profissionais e na formação de um profissional.

Hoje, ao contrário do que acontecia nas épocas de Senna, Piquet e Emerson Fitipaldi, as corridas de automóveis são disputadas por equipes e não somente por pilotos. Óbvio que existe o componente técnico, mas cada vez mais ele está perdendo espaço para aspectos mais presentes no mundo corporativo. Espera-se de um piloto muito mais do que simplesmente talento. As equipes em geral são braços das grandes montadoras no mundo e tem interesses comerciais que devem ser analisados na formação das equipes como um todo e não somente na contratação dos pilotos.

Por essa razão, não é mais comum vermos brigas extremas entre pilotos de uma mesma equipe. Os assuntos são discutidos internamente e após definida a estratégia do campeonato e a tática para aquele determinado GP, os pilotos vão a pista demonstrar que são capazes. 

No GP da Malásia tivemos duas situações claras, ambas de um conteúdo político forte. Na Mercedes, que fez um investimento razoável para ter Lewis Hamilton no seu quadro de pilotos, o chefe de equipe Ross Brown não pensou duas vezes quando viu o principal investimento de sua equipe neste ano em uma situação complicada. Pediu ao seu outro piloto (Nico Roseberg) que preservasse os lugares na pista, mesmo sabendo o prejuízo técnico que isso causaria, afinal de contras, o piloto inglês tinha claros problemas de consumo de combustível e não poderia ser competitivo e evitar uma ultrapassagem. Mesmo contrariado, Nico Roseberg respeitou a decisão do time e se manteve atrás de seu companheiro.

No caso de Vettel, a mesma postura não foi observada. Claramente mais rápido do que seu companheiro, o piloto alemão desrespeitou a mesma solicitação e até um "acordo" entre os pilotos de que aquele que sai do último pit na frente permanece até o final sem alterar as posições.

As situações vividas na Fórmula 1 são as mesmas que encontramos em nosso dia a dia. As empresas elaboram estratégias para participação dentro do mercado onde atuam, fazem investimentos que não se limitam somente em ter o melhor piloto, mas também o melhor time. Nesse sentido, os mecânicos, os engenheiros e até os pilotos da mesma equipe são parte integrante em uma vitória e na conquista de um campeonato. 

Porém, o que vimos foram duas atitudes distintas. No caso de Nico Roseberg a atitude foi de respeito ao time, reconhecendo que mesmo sendo uma atitude reprovável no aspecto esportivo, o respeito na relação entre o time estava preservado. Se não houve bom senso, prevaleceu a ética profissional. Já no caso do alemão Sebastian Vettel não... sua atitude foi esportivamente perfeita, pois se há um carro melhor na pista, este deve ganhar uma corrida. Porém essa vitória não deve vir a qualquer preço, pois nem sempre o melhor vence. Ao ultrapassar o companheiro de equipe, Vettel ignorou não só uma solicitação dos seus empregadores, mas também de um acordo feito na própria equipe, pelo que se sabe.

Vettel pensou em si próprio, na sua carreira e nos seus fãs. Fez valer o fato de ser tricampeão mundial de pilotos, sabe que muito pouco ou quase nada acontecerá para ele após o episódio. 

Depois, o próprio Vettel deve ter refletido sobre a sua atitude que, mesmo parecendo justa no aspecto desportivo, demonstrou fraqueza de caráter e de completa falta de ética profissional, pediu desculpas aos funcionários da Red Bull e a seu companheiro de equipe.

Ética profissional pode ser definida como o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam a sua conduta. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é não prejudicar o próximo. Se algo foi combinado antes, na formação da estratégia do time para o campeonato e na tática para aquela corrida, ter ética profissional é seguir os princípios determinados pelo seu grupo de trabalho.

Você é responsável pela sua trajetória profissional. Deve ter em mente que trabalha em equipe e que depende de mais pessoas para desempenhar suas funções e poder mostrar a todos os seus talentos individuais. É certo que os ambientes empresariais são políticos, onde decisões dentro de corporações nem sempre levam em conta o talento profissional de cada um.

Porém o que conta são atitudes sustentáveis, como já dissemos anteriormente. Quando tiver oportunidade de se deparar com situações complicadas, saiba que você é o grande mentor da sua carreira, mas não é nada sem uma equipe. Ela da a sustentação para as corporações. Prefira sempre comportamentos éticos, responsáveis, mesmo que para os olhos de muitos a atitude não seja a atitude vencedora.

Se transportarmos essa situação para o time Red Bull, que certamente é o melhor carro da F1 há anos e tem consciência disso, a atitude de Vettel pode ter dado a ele a vitória e a liderança do campeonato... e lhe custado um lugar na F1 em 2014... Ja imaginaram Fernando Alonso na Red Bull?? Aposto que Cristian Horner (Chefe de equipe da Red Bull e patrão de Vettel) já pensou... e muito!!!

Não quero aqui julgar o fato esportivo, uma vez que esse acordo de preservar equipamentos e pilotos ao final das provas é extremamente discutível. Apenas peço a reflexão sobre o GP da Malásia. Para que possamos até entender o porquê do pedido de desculpas do Alemão da RBR e o motivo de Ross Brown estar elogiando tanto seus pilotos.

Procure saber quais as atitudes que seu empregador espera de vocês, sobretudo com relação a redes sociais. Quais são os princípios e os valores do seu empregador e seja ético no seu comportamento profissional.

Marcelo Alves Bellotti