sábado, 28 de julho de 2012

Comunicação e Feedback

A grande discussão hoje no meio corporativo é acerca do Feedback. As empresas cada vez mais se preocupam com o assunto, investem em treinamento e desenvolvimento de seus líderes e ainda sim tem muitas dificuldades com o entendimento do que vem a ser o feedback.

Os colaboradores também mostram as suas insatisfações pois em geral não reconhecem o feedback das suas ações e se sentem frustrados. Essa frustração aparece em cada enquete feita para identificação de clima organizacional.

Gostaria de abordar o tema feedback propondo uma reflexão sobre o que vem a ser essa palavra, que quando mal dimensionada, faz com que as empresas criem processos e procedimentos inadequados para a solução do problema. E qual é esse problema?

Pois bem, quando trabalhamos em um ambiente em que existe a cultura de qualidade total e melhoria contínua, aprendemos algo que cito em posts anteriores que é o dimensionamento do problema, que no caso do feedback é a insatisfação na relação entre colaboradores x empresas.

Para que esse relacionamento esteja próximo da satisfação entre as partes e, portanto, que agregue valor para ambas, o problema deve ser dimensionado de uma maneira mais assertiva, atacando além do feedback, a comunicação empresarial.

Feedback ou retroalimentação nada mais é do que a última etapa de um processo de comunicação. Onde não há feedback é porque provavelmente não houve comunicação.

Entendendo o processo: A Comunicação, ocorre quando o emissor (ou codificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), através de uma meio. O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou resposta, completando o processo de comunicação.

Partindo somente desse conceito, podemos atuar treinando o emissor e o receptor, conscientizando-os de seu papel no processo de comunicação empresarial e também tratarmos os ruidos que ocorrem nessa comunicação, que são muitos e em geral são facilmente percebidos por empresas e colaboradores.

Hoje o assunto é tratado somente com o foco no feedback, o que gera distorções. Por exemplo, quando os gestores desdobram as metas para as suas equipes o processo de comunicação se inicia. O resultado dessa comunicação (desempenho da equipe) é o primeiro feedback. Daí podemos fazer o primeiro exercício analisando Emissor, Receptor, Mensagem, Ruido e Feedback. Assim como o desdobramento de metas, temos que analisar tudo o que compõem o relacionamento entre colaborador x empresa. 

Quando tratamos do feedback como um processo isolado, descolado da cominicação empresarial estamos ignorando que o mau desempenho e os desvios de procedimento que geram tanto desgaste entre as partes podem estar relacionados a um processo de comunicação que não foi bem estruturado e não foi entendido pelas partes. 

Portanto, a proposta é de reflexão em um processo de comunicação como um todo, onde os investimentos em treinamento e capacitação tenham em mente que uma comunicação eficaz sempre irá gerar feedback, seja ele na forma de elogios e reconhecimento, seja na forma ajuste em condutas e procedimentos inadequados.

Uma comunicação eficaz e com o mínimo de ruídos gera feedbacks eficazes, agrega valor aos colaboradores e as empresas, contribuindo para a formação de uma cultura de melhoria contínua e a formação de equipes de alta performance. 

Pense nisso! Reflita sobre a sua participação nesse processo! E seja feliz!

Marcelo Alves Bellotti

domingo, 22 de julho de 2012

A gestão Empresarial e o Auto Conhecimento


Hoje em dia, as empresas encontram dificuldades em escolher gestores para garantir que seus objetivos estratégicos sejam colocados em prática e garantidos a médio e longo prazo.

Os profissionais que hoje deveriam conduzir os planos estratégicos, táticos e até operacionais não se mostram preparados para levar os departamentos como uma equipe. O resultado disso, invariavelmente é o não cumprimento de metas, desgaste profissional de ambos os lados e alto turn over.

É comum hoje verificarmos as empresas se queixando da falta de qualificação técnica do mercado brasileiro. Por outro lado, observamos que os profissionais também se mostram insatisfeitos com as empresas.

Hoje em dia, mais do que anteriormente, a grande dificuldade encontra-se nos problemas gerados por gestores que nem sempre estão preparados para ser gestor. Seja na Diretoria, na Gerência ou até mesmo na Supervisão.

Para mim, ser gestor é muito mais do que simplismente procurar equipes de alto desempenho ou conhecer todas as especificações do mercado com relação ao cargo que ocupa.

Ser gestor é ser técnico, pois o gestor precisa do conhecimento do mercado, deve estar antenado com a movimentação do todo da empresa, seus objetivos, suas metas e seus valores. Ser gestor é lidar com pessoas. Compartilhamos uma boa parte de nossas vidas dentro do ambiente de trabalho. 

É fundamental para um gestor saber lidar com pessoas, conduzindo-as com motivação suficiente para atingir os objetivos da empresa e contribuindo para um bom ambiente de trabalho.

Em um grupo de trabalho temos além dos gestores, figuras designadas para orientar e conduzir as equipes rumo aos objetivos da empresa, temos a figura do líder. O líder nem sempre é um gestor e muitas vezes não tem um perfil adequado para ser. Porém o líder motiva inspira e ajuda o gestor na condução da equipe. Portanto, uma equipe onde o gestor não é a única pessoa com potencial para liderança é extremamente positivo e deve ser encarado como uma oportunidade de desenvolvimento para todos e um grande começo para a formação de equipes de alto desempenho.

Ser gestor, por fim, é também cuidar para que os gastos não sejam um problema para que as empresas cheguem ao objetivo. De que vale ser técnico, cuidar de pessoas e não saber administrar orçamentos?

Gerir é administrar. Empiricamente todos fazem isso de alguma forma na vida pessoal... Procuramos formação técnica para atingir objetivos na construção de uma carreira, lidamos a todo o momento com pessoas e procuramos equilibrar o orçamento pessoal. Somos gestores de nossas vidas. Talvez esse seja um bom teste para você saber se realmente tem vocação para gestão empresarial. Como você administra sua vida?

Pense nisso... Procure entender que mais do que gestores e colaboradores, líderes ou não... Todos são importantes em uma organização empresarial desde que tenhamos a consciência do papel que temos nesse todo. 

Entenda qual o seu papel e a sua posição dentro desse contexto. E seja feliz!

Marcelo Alves Bellotti

terça-feira, 3 de julho de 2012

Liderança Servidora

Sempre acreditei que essa era a a melhor maneira de influenciar pessoas. Mais do que ser exemplo, temos que conquistar as equipes diariamente. Isso é uma tarefa antiga, demonstrada por grandes líderes mundiais somente pelos seus atos.

Li um exemplo de um líder que fez a diferença em um texto de Daniel Carvalho Luz disponível no site http://www.primeiroprograma.com.br/site/website/default.asp. Vale a pena ler!

A decisão havia sido tomada. As tropas tinham sido destruídas e os navios de guerra estavam a caminho. Cerca de três milhões de soldados preparavam-se para se arremessar contra o paredão nazista de Hitler na França. O dia “D” aproximava-se. A responsabilidade pela invasão recaía diretamente sobre as quatro estrelas nos ombros do general Dwight D. Eisenhower.


O general passou a noite anterior ao ataque com os homens da 101ª Tropa de Pára-quedistas. Eles chamavam a si mesmos de Águias Estridentes. Enquanto seus comandados preparavam planos e conferiam equipamentos, o general se dirigiu a cada soldado transmitindo palavras de ânimo. Quase todos os aviadores eram tão jovens que poderiam ser seus filhos. E ele os tratava como tais. Um correspondente escreveu que enquanto observava os aviões C-47 decolarem e desaparecerem na escuridão, Eisenhower permaneceu o tempo todo com as mãos afundadas nos bolsos e os olhos marejados de lágrimas.


Em seguida, o general foi para o seu alojamento e sentou diante da escrivaninha. Pegou caneta e papel e escreveu uma mensagem que seria enviada à Casa Branca em caso de derrota. Tratava-se de uma mensagem breve e, ao mesmo tempo, corajosa. “Nossa aterrissagem... fracassou... as tropas, a Aeronáutica e a Marinha cumpriram seu dever com coragem e devoção. Qualquer culpa ou erro em relação ao ataque devem ser atribuídos somente a mim.”


Pode-se dizer que o maior ato de coragem naquele dia não se originou na cabine de um avião nem numa trincheira, mas numa escrivaninha quando o
ocupante do posto mais alto assumiu a responsabilidade em lugar de seus subordinados. Quando o comandante assumiu a culpa – antes mesmo de precisar ser assumida.


Líder raro, esse general. Incomum demonstração de coragem. Ele exemplificou uma qualidade pouco notada em nossa sociedade de processos judiciais, exonerações, separações litigiosas, cassações etc. Quase todos nós estamos dispostos a receber o crédito pelo bem que praticamos. Alguns aceitam receber censura pelo mal que praticam. Mas poucos assumem responsabilidades por erros de terceiros. Um número menor ainda toma sobre si a culpa por erros ainda não cometidos.


Einsenhower fez isso. E se tornou um herói. Teve coragem. A coragem conserva a integridade, evita a vergonha e a culpa. Viver é, antes de mais nada, um ato de coragem. Aqui não se trata de coragem no sentido físico, mas no seu sentido mais amplo e importante. O fator coragem, ao contrário do que muitos pensam, não se traduz por agressividade (característica dos valentões, inseguros, que confundem brutalidade e temeridade com coragem), nem por atitudes intempestivas, impensadas. Coragem tem no seu bojo virtudes como a serenidade, a paciência, a amabilidade e a solidariedade.

Marcelo Alves Bellotti