terça-feira, 3 de julho de 2012

Liderança Servidora

Sempre acreditei que essa era a a melhor maneira de influenciar pessoas. Mais do que ser exemplo, temos que conquistar as equipes diariamente. Isso é uma tarefa antiga, demonstrada por grandes líderes mundiais somente pelos seus atos.

Li um exemplo de um líder que fez a diferença em um texto de Daniel Carvalho Luz disponível no site http://www.primeiroprograma.com.br/site/website/default.asp. Vale a pena ler!

A decisão havia sido tomada. As tropas tinham sido destruídas e os navios de guerra estavam a caminho. Cerca de três milhões de soldados preparavam-se para se arremessar contra o paredão nazista de Hitler na França. O dia “D” aproximava-se. A responsabilidade pela invasão recaía diretamente sobre as quatro estrelas nos ombros do general Dwight D. Eisenhower.


O general passou a noite anterior ao ataque com os homens da 101ª Tropa de Pára-quedistas. Eles chamavam a si mesmos de Águias Estridentes. Enquanto seus comandados preparavam planos e conferiam equipamentos, o general se dirigiu a cada soldado transmitindo palavras de ânimo. Quase todos os aviadores eram tão jovens que poderiam ser seus filhos. E ele os tratava como tais. Um correspondente escreveu que enquanto observava os aviões C-47 decolarem e desaparecerem na escuridão, Eisenhower permaneceu o tempo todo com as mãos afundadas nos bolsos e os olhos marejados de lágrimas.


Em seguida, o general foi para o seu alojamento e sentou diante da escrivaninha. Pegou caneta e papel e escreveu uma mensagem que seria enviada à Casa Branca em caso de derrota. Tratava-se de uma mensagem breve e, ao mesmo tempo, corajosa. “Nossa aterrissagem... fracassou... as tropas, a Aeronáutica e a Marinha cumpriram seu dever com coragem e devoção. Qualquer culpa ou erro em relação ao ataque devem ser atribuídos somente a mim.”


Pode-se dizer que o maior ato de coragem naquele dia não se originou na cabine de um avião nem numa trincheira, mas numa escrivaninha quando o
ocupante do posto mais alto assumiu a responsabilidade em lugar de seus subordinados. Quando o comandante assumiu a culpa – antes mesmo de precisar ser assumida.


Líder raro, esse general. Incomum demonstração de coragem. Ele exemplificou uma qualidade pouco notada em nossa sociedade de processos judiciais, exonerações, separações litigiosas, cassações etc. Quase todos nós estamos dispostos a receber o crédito pelo bem que praticamos. Alguns aceitam receber censura pelo mal que praticam. Mas poucos assumem responsabilidades por erros de terceiros. Um número menor ainda toma sobre si a culpa por erros ainda não cometidos.


Einsenhower fez isso. E se tornou um herói. Teve coragem. A coragem conserva a integridade, evita a vergonha e a culpa. Viver é, antes de mais nada, um ato de coragem. Aqui não se trata de coragem no sentido físico, mas no seu sentido mais amplo e importante. O fator coragem, ao contrário do que muitos pensam, não se traduz por agressividade (característica dos valentões, inseguros, que confundem brutalidade e temeridade com coragem), nem por atitudes intempestivas, impensadas. Coragem tem no seu bojo virtudes como a serenidade, a paciência, a amabilidade e a solidariedade.

Marcelo Alves Bellotti

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